Dentro
da celebração Eucarística, o rito da paz ocupa um espaço muito
importante, tendo significado próprio, principalmente no nosso tempo
cheio de conflitos. Com a oração pela paz, o presidente da
celebração expressa aquela paz que o próprio Cristo deixou e doou.
O
rito da paz é composto de duas partes, uma obrigatória e outra
facultativa. A primeira parte é a oração pela paz, cuja realização
nunca pode ser omitida; quem faz essa oração é somente o padre. A
segunda parte é a saudação, que é facultativa, isto é, o padre
pode escolher se convida ou não os fiéis a saudarem-se mutuamente;
pois quando diz “A paz do Senhor esteja sempre convosco!”, o
celebrante já saúda toda a assembleia.
Essa
é a parte que gera mais dúvidas e confusão. Afinal, qual é a
forma adequada de saudar os irmãos? Nesse momento pode ser entoado
um cântico, o chamado canto de paz? É correto saudar o máximo de
pessoas possível, de um lado ao outro da Igreja?
Bem,
primeiramente vamos falar sobre a forma adequada de saudar os irmãos
na missa. O Missal Romano diz que a forma de saudação pode ser
definida pela conferencia episcopal, de acordo com a índole de cada
lugar e, por isso, a CNBB na 11° sua assembleia geral, definiu
que “o rito da paz seja realizado por cumprimento entre as
pessoas do modo com que as mesmas se cumprimentam entre si em
qualquer lugar público”, isto é, a saudação na missa deve ser a
mesma com que as pessoas se saúdam costumeiramente (na maioria das
regiões do Brasil, um aperto de mão). Essa saudação deve ser
dirigida apenas às pessoas mais próximas. Portanto, não é correto
percorrer toda a nave da igreja para saudar as pessoas do primeiro ao
último banco.
Devido
a algumas dúvidas em relação ao rito da paz, a Congregação para
o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos lançou a carta
circular “O Significado Ritual do Dom da Paz na Missa”, que
explica o profundo sentido teológico desse importante momento da
missa e esclarece algumas pontos. No seu número 5, o documento nos
dá importantes orientações e aconselha que se evitem as seguintes
atitudes:
a) A introdução
de um canto para a paz, inexistente no Rito romano.
b) Os deslocamentos dos fiéis para trocar a paz.
c) Que o sacerdote abandone o altar para dar a paz a alguns fiéis.
d) Que em algumas circunstâncias, como a Solenidade de Páscoa e do Natal e outras, o dar-se a paz seja ocasião para felicitar ou expressar condolências entre os presentes.
b) Os deslocamentos dos fiéis para trocar a paz.
c) Que o sacerdote abandone o altar para dar a paz a alguns fiéis.
d) Que em algumas circunstâncias, como a Solenidade de Páscoa e do Natal e outras, o dar-se a paz seja ocasião para felicitar ou expressar condolências entre os presentes.
Fica
claro, portanto, que o canto de paz é inadequado e não deve ser
executado. Este documento não veio proibir o canto da paz, veio
esclarecer que ele nunca existiu como rito, isto é, nunca esteve
prescrito no esquema da missa, foi um acréscimo introduzido ao longo
do tempo.
Mas
por que o canto de paz e a saudação desenfreada não são
adequados? Porque dispersam a mente das pessoas e deslocam sua
atenção do momento sublime que vai se suceder: a fração do pão e
a distribuição da Eucaristia. Muitas vezes, o momento da paz acaba
se tornando a “hora do recreio” na missa.
Às
vezes se tem a tentação de pensar que tudo na liturgia deve ser
exultação, júbilo; e que isso deve se expressar com palmas, risos,
abraços, cantos super animados, coreografias, etc. Mas essa visão é
incorreta. A missa deve ser um momento de alegria, sim, mas devemos
tomar cuidado para não extrapolar os limites do bom
senso, da discrição e da sacralidade, para que a missa não
se torne um espetáculo, o qual as pessoas acham bonito, aplaudem,
mas ao final não rezaram, não se elevaram espiritualmente, não
contribuíram para a sua salvação, o que é a função da missa.
Além
do mais, existem momentos na santa missa que exigem sobriedade,
contrição recolhimento, serenidade. O rito da paz se encontra
dentro da Liturgia Eucarística, momento que exige todos esses
requisitos, e a execução de um canto de paz quebra esse momento.
A
santa missa é o ponto mais alto de toda a nossa vida de cristãos,
portanto, devemos participar ativamente, respondendo, cantando,
escutando com atenção as leituras e a homilia, para que possamos
receber os muitos benefícios possíveis. Devemos, entretanto, evitar
qualquer abuso, qualquer exagero. Tudo em excesso se torna
prejudicial. Na liturgia, mais ainda.
Sem. Odmilson Rodrigues
2° ano de filosofia
Sem. Odmilson Rodrigues
2° ano de filosofia
Eu discordo. Foi no rito da paz que pedi perdão há um irmão da igreja, pois não nos falávamos anos. O louvor de paz me deu forças, coragem e principalmente poder comungar com o perdão deste irmão. Quem não consegue ter foco,, é prq chegou na igreja já na distração
ResponderExcluirConcordo com vc, anônimo. Já vi vários padres, doutores em liturgia, desceram do altar para saudar o povo com um aperto de mão e desejar a paz. Há padres que fazem a Oração Eucarística com uma pressa desnecessária, Asim fazem perder todo sentido desta oração.
ResponderExcluirAlgum de vcs, no velório de um pai ou de uma mãe, percorreu toda capela do cemitério com sorriso nos lábios para cumprimentar todos os presentes ou pedir perdão? Entendam, que neste momento Jesus, que é Seu Pai e Senhor, está entrando em óbito, está morrendo para salvar a humanidade inteira! Enquanto isso, muitos preocupados com situações que poderiam ser resolvidas em outros momentos ou fazendo à corte.
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