Marajoara serve para ser padre?


O Seminário Maior Nossa Senhora da Assunção, casa de formação da Diocese de Ponta de Pedras, tem 27 anos de existência. A diocese já tinha 27 anos de existência quando o seminário foi inaugurado; os padres que atendiam ao povo de Deus, em sua maioria eram da Companhia de Jesus e alguns vindos de outras dioceses.

Quando Dom Ângelo Maria Rivato, primeiro bispo de Ponta de Pedras, começou a divulgar sua intenção de construir um seminário para formar padres marajoaras para a diocese, percebeu muitas reservas vindas de algumas pessoas que diziam coisas do tipo: “marajoara não serve para ser padre, é um povo bruto, pouco instruído”. Esses preconceitos não foram suficientes para dissuadir o saudoso bispo de seu intento, tanto que, em 10 de março de 1990, foi inaugurado o Seminário Maior Nossa Senhora da Assunção, tendo o prédio sido construído em Ananindeua, em um terreno adquirido pela diocese.

Ao longo de seus 27 anos de existência, o “Assunção” –como é carinhosamente chamado- vem acolhendo os jovens que querem se consagrar totalmente a Deus, com  o serviço ao povo de Deus, na Diocese de Ponta de Pedras. Os frutos desse sonho de Dom Ângelo são visíveis, quase todos os padres que atuam em nossa diocese foram formados em nosso seminário.

A história está provando o contrário do que disseram aqueles que eram céticos à ideia de formar padres da terra. Marajoara serve, sim, para ser padre! E não só para ser padre, mas também para constituir famílias católicas, para ser freira, consagrado (a), para ser sal da terra e luz do mundo. No Evangelho, Jesus desconstrói esses tipos de preconceitos quando chama aqueles que ele quis (Mc 3,13), sem fazer acepção por causa do lugar de origem dos discípulos.

Além dos padres que atuam em nossa diocese, há sacerdotes marajoaras em outras igrejas particulares e também em congregações. Vale citar aqui o saudoso cônego Jaime Barbosa Sidonio, natural de Muaná, que serviu à Arquidiocese de Belém durante muitos anos até seu falecimento, em 2016. Vale lembrar também algumas vocações religiosas que o nosso Marajó já deu para o mundo, irmãs que anunciam Jesus Cristo das mais diferentes formas e nos diversos lugares.

O momento é de dar graças a Deus e de agradecer às pessoas que, ao longo do tempo, ajudaram um sonho a ser tornar realidade: benfeitores, formadores e Dom Ângelo, que acreditou e trabalhou incansavelmente para realizar tal objetivo. Atualmente, o Seminário Maior Nossa Senhora da Assunção conta com 10 seminaristas, sendo 4 de Curralinho, 3 de Ponta de Pedras, 2 de Cachoeira do Arari e1 de Muaná, sob a tutela do Pe. Antonio do Carmo Cardoso, atual reitor.


Sem. Odmilson Rodrigues

2° ano de filosofia


Comentários

  1. Muito bom texto, é motivo de grande alegria ver que o Marajó está dando frutos, frutos de um trabalho daqueles que vieram antes.

    Marina

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