Por: Pe. Lelson Moraes
Caríssimos irmãos e irmãs, neste ano
de 2019, estamos celebrando 22 anos da implantação do Dízimo em nossa Diocese,
como nos recorda nosso bispo Dom Teodoro Tavares em sua carta pastoral sobre o
Dízimo, lançada este ano. Ao longo de
toda essa trajetória, houve, sem dúvida, um forte despertar para a importância,
necessidade e urgência do dízimo em todas as nossas paróquias. Graças a Deus, já estamos colhendo os frutos
desse grande esforço. Diante desse desafio, o dízimo logo se torna uma das
prioridades pastorais da diocese. Contudo, apesar dos avanços, conquistas e de
toda boa vontade de nossos pastores e nossas lideranças, somos cientes que
precisamos avançar e aprofundar muito mais nesse campo pastoral. Sabemos que a
semente é fecunda e a terra é boa e fértil, porém, necessitamos de uma pastoral
do Dízimo mais estruturada e atuante, formada por pessoas preparadas, dedicadas
e evangelizadas, e que testemunhem com a própria vida a importância e o valor do
dízimo.
Mas, o que a Igreja nos ensina sobre a
pastoral do dízimo, sua importância e finalidade? O documento 108 da CNBB (O dízimo na
comunidade de fé: orientações e propostas)- diz o seguinte: “A Pastoral do
Dízimo é a ação eclesial que tem por finalidade executar iniciativas para a
implantação e o funcionamento do dízimo, e acompanhar os membros da comunidade
no que diz respeito à sua colaboração, em sintonia com a pastoral de conjunto.
E ainda, quando uma Igreja particular opta pelo dízimo, é preciso que ele não
apareça apenas como uma das formas de captação de recursos, mas como uma forma
habitual de contribuição, que nasce de uma consciência formada e alimentada
pelo evangelho da gratuidade”.
Segundo Pe. José Carlos Pereira, “A paróquia não deve
deixar de ver o dízimo como uma pastoral, ou seja, como ação do pastor, como um
instrumento de evangelização, um caminho para o crescimento espiritual da
comunidade e também para a sua sustentação econômica. Se assim não for, o dízimo fica reduzido a
pagamento, ou a imposto, ou, como nos primórdios, como um tributo [...] O
dízimo é pastoral, e tem em seus agentes dignos pastores, e esses, devem agir
com tal. Ainda há muitos fiéis que ainda concebem o dízimo como tributo e
pagamento, e aqui entra a missão dos agentes da Pastoral do Dízimo de
esclarecer, conscientizar e orientar tais fiéis, a mudarem sua concepção sobre
o dízimo e o enxergarem de outra maneira, de modo que não seja visto como
tributo ou taxa que precisa ser paga pela igreja”.
Sendo assim, a responsabilidade pela
organização do dízimo cabe à Pastoral do Dízimo. Para que haja clareza e adesão,
é preciso insistir na evangelização. A equipe
da pastoral do dízimo tem essa importante missão: conscientizar os paroquianos,
sobre a sua responsabilidade para com a comunidade onde vivem e da qual fazem
parte. Esclarecer os fiéis sobre a dimensão bíblica, teológica e espiritual do
dízimo. Mostrar que o dízimo é um ato de fé, de esperança e de caridade.
Testemunhar a alegria de uma vida agradecida a Deus, através da consagração
mensal, apresentar o dízimo como condição central da experiência de comunhão e
participação e, portanto da experiência de ser e agir como igreja.
Para que aconteça Pastoral de conjunto
dinâmica e atuante é preciso que todos contribuam. A participação não é simplesmente
financeira e material, mas implica também na doação pessoal de talentos, dons e
o próprio tempo à comunidade.
Como se vê, a Pastoral do Dízimo tem a
difícil missão de evangelizar e conscientizar os fiéis a participarem mais
afetiva e efetivamente da vida da comunidade e a mudar assim o entendimento em
relação à Igreja e ao dízimo. Católico atuante, verdadeiramente integrado à sua
paróquia, a vê de outra maneira e contribui fielmente com o dízimo não como tributo,
mas como devolução daquilo que Deus gratuita e generosamente lhe concedeu: “vocês
receberam de graça, deem também de graça” (Mt 10,8). É esse o sentido e a
importância do dizimo e da Pastoral do Dízimo.
Prezado
dizimista, a você o nosso agradecimento. Obrigado, por sua participação em
nossa comunidade e por entender que o dízimo é uma atitude de amor e fé. Por
sua consagração, se feita de forma consciente, generosa e fiel. Por colocar
Deus em primeiro lugar em sua vida, amando a Igreja, evangelizando e
principalmente por devolver a parte que é de Deus. Amém.
REFERÊNCIAS:
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. O dízimo na comunidade de fé: orientações e
propostas. Edições CNBB, 2016.
PEREIRA,
José Carlos. Pastoral do Dízimo: guia de implantação, formação e atuação dos
agentes. Petrópolis, RJ: vozes, 2014.
O autor do artigo é sacerdote da Diocese de Ponta de Pedras, tendo sido ordenado presbítero em 07 de julho de 2001. Atualmente é pároco in solidum da Paróquia São Francisco de Paula e reitor do Santuário Diocesano Nossa Senhora de Nazaré.
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